Secretaria de Direitos Humanos encaminha denúncias contra PM do Paraná

Professores protestam contra violência da PM no Paraná
Professores protestam contra violência da PM no Paraná


Ouvidoria do órgão recebeu pelo menos 18 queixas que vão desde reclamações de restrição ao direito à manifestação até denúncias de violência física

Depois da queda do secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini (SD), o ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Pepe Vargas, disse nesta sexta-feira 8 que encaminhou denúncias contra a Polícia Militar do Paraná pela ação contra os professores no último dia 29. Segundo ele, a Ouvidoria do órgão recebeu pelo menos 18 queixas que vão desde reclamações de restrição ao direito à manifestação atédenúncias de violência física.
“Nós deslocamos a nossa ouvidora nacional para o estado do Paraná. [Ela] deve trazer um relatório mais completo. Mas todas as denúncias que lá chegaram – da mesma forma que nós encaminhamos qualquer denúncia de violação de direitos humanos – nós encaminhamos ao Ministério Público do Paraná, à Corregedoria da Polícia e à Defensoria Pública”, destacou o ministro.
No dia da ação policial, os professores se reuniram no Centro Cívico, em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, para se manifestar contra o projeto de lei que alterou o fundo previdenciário dos servidores públicos estaduais. A ação para impedir o protesto contou com uso de balas de borracha e cães e deixou cerca de 200 feridos. Os professores mantêm a greve, que começou no dia 25 de abril.
Para o ministro, as imagens e os relatos que mostram a polícia dispersando os professores não deixam dúvidas de que operação passou dos limites. “A nossa posição é que o direito à manifestação e livre expressão são fundamentais do Estado de Direito. É óbvio quehouve uso excessivo da força. Não se utilizaram os mecanismos tradicionais de mediação de conflitos. Portanto, entendemos que é muito grave o que aconteceu lá”, enfatizou.
Pepe Vargas também falou sobre as discussões do projeto que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. Na avaliação dele, a proposta de emenda à Constituição que trata do assunto e tramita na Câmara dos Deputados não deve ser aprovada. “Nós acreditamos que o bom-senso e o interesse da sociedade vão prevalecer. Essa proposta não vai diminuir a violência, vai aumentar”, disse.
Para o ministro, a redução da maioridade penal pode aproximar os adolescentes de organizações criminosas. “Você vai colocar jovens de baixo poder ofensivo contra a sociedade diretamente em presídios, onde o crime organizado está articulado. Depois você vai tirar esses jovens de lá já articulados pelo crime organizado.”
A reportagem procurou a Polícia Militar para saber qual a posição da corporação sobre o encaminhamento das denúncias pela Secretaria de Direitos Humanos e aguarda resposta.
*Com Agência Brasil

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